quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Tufão Roke mata seis e deixa Japão inquieto com Fukushima

Ventos de mais de 180 quilómetros por hora, mais de 30 cm de chuva a cair dos céus em certas áreas do fustigado Nordeste do país - devastado em Março por um sismo e um tsunami - e pelo menos seis mortos é o resultado da passagem do tufão Roke pelo Japão nas últimas 24 horas.

O vento e a chuva passaram com toda a sua força pela central nuclear de Fukushima e temia- -se que as condições climatéricas afectassem ainda mais as instalações, contribuindo para aumentar os níveis de radioactividade.

A Tepco, a empresa que gere a central nuclear, apressou-se a dizer que a chuva e o vento não tinham provocado mais danos em Fukushima - o que para os japoneses não é particularmente tranquilizador, tendo em atenção que, desde 11 de Março, a empresa tem pecado pelo silêncio e as meias verdades.

Aliás, Junichiro Matsumoto, funcionário da Tepco, disse em conferência de imprensa que "o principal factor de preocupação é o aumento dos níveis de água [radioactiva] nos edifícios dos reactores", possibilidade que não pôs de lado que possa vir a acontecer: "Esperamos ser capazes de conter [o derrame], mesmo que o nível das águas suba repentinamente", acrescentou, citado pela AFP.

O edifício que alberga os reactores contém uma grande quantidade de água altamente radioactiva que foi usada para arrefecer os reactores depois da fusão do combustível, e o que as autoridades mais temem é que com a chuva essa água se infiltre no solo ou chegue ao mar.

Para ajudar a compor o cenário, registou-se ontem um novo sismo (de 5,3 na escala de Richter) no Leste e no Nordeste do país, exactamente na altura em que o tufão passava pela zona. Cerca de 200 mil pessoas foram aconselhadas a deixar as suas casas, pois muitos diques destruídos pelo sismo e pelo tsunami de 11 de Março, não foram ainda reconstruídos.

Mais de 600 voos foram cancelados, os comboios em Tóquio e nos arredores pararam, assim como alguns dos comboios de alta velocidade. A. R.

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